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Novos patamares da Suinocultura

Pontos chaves para desmamar mais leitões que o número de tetos

Introdução do manejo no Brasil

Com a alta produtividade das matrizes, o manejo de mães de leite passou a ser uma opção para o produtor, para a integração e para a indústria, permitindo uma adaptação inteligente e eficaz, aumentando a produtividade e lucratividade de maneira consistente. No entanto, com o incremento constante de nascidos nas gerações subsequentes, iniciou-se um novo desafio: existe um limite para se trabalhar o percentual de mães de leite? O que fazer?

Com este questionamento em mente, surgiu um novo conceito, uma nova forma de se trabalhar e quebrar paradigmas. Um manejo inovador e que vem apresentando resultados surpreendentes: trabalhar a fêmea afim de desmamar um ou mais leitões em relação ao número de tetos viáveis. Esse manejo visa aproveitar todo o potencial genético das matrizes, como hiperprolificidade, habilidade materna e produção de leite, somado à constante evolução, em algumas linhagens, no que diz respeito ao vigor dos nascidos vivos. Desta forma, produzir mais e gerar um custo menor por animal torna-se cada vez mais uma realidade palpável e acessível aos suinocultores. Lembrando que, possuir um aparelho mamário com inúmeros tetos está distante de ser sinônimo de maior produção leiteira, nem tampouco maior número de desmamados.

No ano de 2018, a Dinamarca registrou a impressionante média de 17,2 leitões nascidos vivos e, durante o mesmo período, os relatórios revelaram que cerca de 12 leitões foram desmamados por fêmea nos rebanhos dinamarqueses. Desde então surgiu a dúvida: Estas matrizes seriam capazes de amamentar mais leitões do que o número de tetos?

Empenhados em responder este questionamento, a SEGES Innovation realizou um estudo, no qual as porcas foram divididas em dois grupos, de acordo com o número de tetos: um grupo de fêmeas de 14 e outro de 15 tetos funcionais. Durante a lactação, todas as leitegadas destas fêmeas foram equalizadas em 15 leitões, independentemente do número de tetos funcionais. Os leitões tiveram acesso à ração seca desde a primeira semana de vida, mas nenhum tipo de sucedâneo lácteo foi adicionado. Os leitões foram destinados às fêmeas no primeiro dia após o parto e desmamados aos 21 dias de idade.

Os resultados deste estudo foram surpreendentes. Não houve diferença estatística (p=0,61) no número de leitões desmamados ou no peso da leitegada ao desmame (p=0,31), quando foram adicionados 15 leitões “ao pé” nas matrizes que possuíam 14 ou 15 tetos viáveis; com a média de peso ao desmame por leitão de 6,5 kg para os dois grupos testados. Sabe-se que o ganho de peso diário da leitegada é influenciado diretamente pela produção de leite da matriz.

A primeira experiência com este conceito no Brasil, portanto, se deu com o povoamento de uma nova granja núcleo (Granja Tívoli), povoada com 100% do rebanho importado, cujo número de leitões ao primeiro parto atingiu marcas superiores a 19 nascidos vivos. E os resultados também foram surpreendentes, 14,8 desmamados “ao pé”.

Diante destes novos patamares de produtividade, uma série de estudos foram realizados para gerar recomendações assertivas que pudessem preparar as matrizes para de fato, desmamarem mais leitões, iniciando com a preparação da leitoa, o ajuste da condição e composição corporal, da curva de arraçoamento na fase de gestação e no dia do parto e de manejo durante a lactação.

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